terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Peixe recheado para o jantar

«Em 1997, um anúncio televisivo da FOX Sports exortava a ver futebol, prometendo: "veja como o peixe grande come o peixe pequeno". Era um convite ao tédio. Felizmente, no Mundial de 1998, e em mais de uma ocasião, o peixe pequeno comeu o peixe grande, com espinhas e tudo. Isso é o que, por vezes, o futebol e a vida têm de bom.»
de Eduardo Galeano, Futebol: sol e sombra, Livros de Areia




Depois de eliminar o Chelsea em Stamford Bridge, após penalties, o Burnley (actual 4º classificado do Championship, 2ª divisão inglesa) derrotou hoje o Arsenal por 2-0, garantindo a passagem às meias-finais da Carling Cup (taça da liga). Seguindo os passos do Barnsley, que na época passada eliminou Liverpool e Chelsea da FA Cup, para depois cair aos pés do Cardiff City, a um passo da final, o Burnley está muito perto de atingir o jogo decisivo, em Wembley. O Derby County também se apurou hoje para as meias, depois de vencer fora de casa o Stoke City com um golo de penálti no último minuto. Amanhã serão conhecidas as restantes duas equipas, depois de terminados os jogos Watford - Tottenham e Man.United - Blackburn.



Com esta eliminação, o Arsenal mostrou mais uma vez a sua inconstância: após duas derrotas embaraçosas na Premier League, perante Aston Villa e Man.City, as vitórias frente a Dínamo Kiev e Chelsea pareciam querer dizer que os gunners já se tinham recomposto e estavam prontos para a luta. Até apanharem o Burnley pela frente. Mas nem tudo se perdeu: com este resultado, Arsène Wenger ganhou o estatuto de mascote aqui do blogue, juntando-se a figuras tão ilustres como Ronald Koeman, Bernd Schuster e Carlos Queiroz.

Já todos percebemos que a fórmula utilizada pelo treinador francês é chão que deu uvas: se todos os anos chegam meia-dúzia de novos jogadores que mal têm idade para fazer a barba diariamente, a tal equipa de futuro nunca chega a concretizar-se porque não se consegue estabilizar o plantel. Parece até que o Arsenal baixou de escalão: passou de uma equipa de topo do futebol europeu, a um clube para onde os jovens vão ganhar projecção e depois sim mudarem para um "grande" clube. Uma espécie de Leixões, vá. É então tempo de pensar para lá de Arsène Wenger, que recentemente comemorou o seu 12º aniversário como treinador dos londrinos, e que até agora trouxe três títulos de campeão nacional, quatro Taças de Inglaterra e quatro Supertaças. Mas nada desde 2004-05.

Assim sendo, deixo desde já três hipóteses para a sua sucessão: Claudio Ranieri (seduzido por um contrato milionário, e frustrado por ficar atrás dos dois clubes de Milão no final do campeonato), José Mourinho (que depois de vencer a Liga dos Campeões pelo Inter, não terá objectivos mais altos em Itália; quem acha que ele não iria para os rivais londrinos do Chelsea, só para mostrar que os tem no sítio?) e Quique Flores (que depois de matar a fome de títulos do Benfica, verá abertas as portas de toda a Europa).

1 comentário:

David Pereira disse...

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