No último dia da fase de grupos da Liga dos Campeões desta época, duas equipas lutavam pela 2ª vaga de apuramento do seu grupo, sem que alguma delas estivesse em vantagem no confronto directo. Ajax e Lyon tinham empatado a zero os dois jogos entre si, o que na jornada anterior, quando os holandeses foram a França, parecia dar ao Ajax a (quase) qualificação para os oitavos-de-final. Isto porque, não só bastava empatar o último jogo, em casa, com uma equipa já instalada no 1º lugar do grupo (apesar de estarmos a falar do Real Madrid), como no critério de desempate seguinte, a diferença de golos em todos os jogos, a vantagem era enorme (o Ajax tinha +3, o Lyon tinha -4).
Pois mas isso foi antes de sabermos como iria ser a estreia na Liga dos Campeões da equipa de arbitragem liderada pelo árbitro português Jorge Sousa (particularmente, o seu assistente João Santos). Ora, pouco depois do Real ter feito 0-1, o Ajax marcou dois golos, ambos mal anulados por fora-de-jogo. Pouco depois, veio o 0-2, e mesmo no final do jogo, o 0-3, sem que a equipa de Mourinho tivesse feito muito por isso, mas confirmando a sua série de 6 vitórias na fase de grupos.
No outro jogo, o Lyon viu um jogador adversário ser expulso, mas no final da 1ª parte sofreu o 1-0 que colocava definitivamente os franceses na Liga Europa. Isso foi antes de, uma equipa que até agora só tinha marcado dois golos nos cinco anteriores jogos (ambos no jogo com o Dinamo em França), começar a ter uma via aberta para a baliza contrária, incluindo um piscar de olhos no 1-5 quando a coisa já estava bem encaminhada.
Até parece fácil, não? Que o diga Gomis, marcador de quatro (!) golos.
Eis como, com mais ou menos truques, a França (olha Platini, que coincidência) consegue colocar dois clubes nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, tantos como a Inglaterra, a Espanha, a Alemanha e a Rússia. Itália é o único país a colocar três (Inter, Milan e Nápoles, que se safou bem no "grupo da morte"), e os pequeninos Portugal, Suíça e Chipre lá conseguiram meter um. Holanda, Grécia, Turquia, Ucrânia, Bélgica, Roménia, e outros que tais, podem ir povoar a Liga Europa, onde Patrice Evra já disse que o Man.United vai ter "vergonha" de participar. Cá para mim, até acho que o United se devia recusar a jogar em sítios como "Basileia" ou "Lisboa", que isso é muito abaixo do nível deles.
Esforço inglório para ambas as equipas. O Bordéus precisava de ganhar para ter hipóteses de ganhar o título, mas a vitória do Lyon em Auxerre (1-3) arrumou a questão: 7º campeonato seguido para o Lyon.
Um ponto até poderia ter dado a manutenção ao Lens, mas Toulouse (2-1, ao Valenciennes) e PSG (1-2, em Sochaux) venceram e garantiram futebol de primeira na próxima época.
O Lyon ultrapassou o último grande teste antes da consagração, na última jornada. A vitória mantém os dois pontos de vantagem sobre o Bordéus (que venceu 2-0 o Sochaux) e deixa a decisão do título para o próximo fim-de-semana, com os jogos Auxerre - Lyon (os de Auxerre já fizeram a sua época, depois de assegurada a manutenção) e Lens - Bordéus (o Lens vai dar uma luta daquelas, já que com os resultados de ontem caiu na zona de despromoção).
Depois de na semana passada os dois primeiros classificados terem empatado, tendo assim o Bordéus perdido uma excelente oportunidade de reduzir a diferença de quatro pontos para o Lyon, os campeões voltaram a tropeçar. Mais um estímulo para o Bordéus, que amanhã joga em Marselha.
O Estrasburgo precisava de fazer pela vida, e o nosso velho conhecido Renteria colocou o Lyon em desvantagem logo aos 21'. Mas Mouloungui levou 2 cartões amarelos em cinco minutos, no final da 1ª parte, e a equipa do jogador emprestado pelo FC Porto e do ex-Benfica, Dos Santos, não aguentou a pressão. O Lyon marcou aos 61' e 67' e mantém-se na rota do título, obrigando o Bordéus a ganhar amanhã para manter a distância de quatro pontos.
Este Lyon já não é o que era: 7ª derrota esta época, 32 golos sofridos em outros tantos jogos, e o Bordéus a aproximar-se. Será que os seis pontos de avanço duram seis jornadas?
Quando Jan Koller marcou o golo do Mónaco, aos 73', já o Nancy tinha arrumado o assunto, entre os 31' e os 47'. A vida não está fácil para Ricardo Gomes: o treinador do Mónaco somou a 5ª derrota da época (4-1-5) e o clube está em 8º, com um jogo a mais que todos os seus adversários.
O Nancy está lançado para uma grande época: 1º lugar (7-1-1), melhor ataque e melhor defesa, 3 pontos de vantagem sobre os campeões. Será desta que o Lyon cede?