Desafio 1X2 vol.V - Semana 15

Estamos na recta final desta edição do Desafio 1X2, e a competição começa a aquecer. A jornada anterior deu-nos um líder isolado, e quem quiser chegar-se à frente e apresentar uma candidatura ao título (e claro, ao cachecol), tem que começar a somar pontos. Após uma semana de dérbis e clássicos, esta traz-nos uma ementa dividida entre um conjunto de grandes confrontos nacionais, e nada menos que quatro encontros decisivos da última jornada da Liga dos Campeões, com destaque para a Juventus, que muito tem a perder em apenas dois jogos.

É precisamente por Turim que começamos. A Juve segue em 3º na Serie A, um ponto atrás do Milan e a oito do campeão. A equipa de Ciro Ferrara vem de duas derrotas, ambas por 2-0 (Bordéus e Cagliari): mais uma e o sonho do título acaba definitivamente, para além de ficar com Sampdoria e Parma à perna, na luta pelo último lugar de acesso directo à Liga dos Campeões. Do outro lado vamos ter um Inter que neste momento deve estar mais preocupado em assegurar o lugar nos oitavos da Champions: mas já sabemos que Mourinho exige da sua equipa que, mais do que ser campeã, o seja com uma vantagem clara, também porque isso liberta tempo para se concentrar noutras competições... O Inter vem de quatro vitórias nos últimos cinco jogos fora (Génova, Livorno, Kiev e Bolonha), a que se soma aquela derrota em Barcelona.

Nesta jornada defrontam-se os seis primeiros da liga italiana, mas vamos saltar a deslocação da Samp a Milão. Concentremo-nos antes no jogo de Génova, onde se defrontam duas equipas com potencial e ambição para chegar a um lugar de acesso à Liga dos Campeões. No último mês, o Parma ganhou três jogos em cinco (incluindo um 2-3 em casa da Fiorentina) e esta época já trouxe deste estádio um empate (frente à Sampdoria, em Outubro). O Génova vem de quatro vitórias em casa (a última precisamente frente à Samp, por 3-0) e tem o 2º melhor ataque do campeonato, só atrás do Inter.

Duro teste enfrenta o Barcelona logo a seguir a ter recuperado a liderança da liga: a deslocação a Corunha coloca a equipa de Guardiola frente a uma equipa que está a surpreender os próprios adeptos. Oito vitórias em 12 jogos do campeonato, três vitórias seguidas (duas delas fora, em Getafe e Santander), sem perder há 6 jogos, e com oito vitórias nos últimos 11 jogos em todas as competições. O Depor está a cinco pontos da liderança e empatado com o Valência num lugar de acesso à Liga dos Campeões. Em relação ao Barça, resta-nos destacar o óbvio: seguem com uma derrota em toda a época (Rubin, 1-2) e vêm de uma vitória sobre o Real Madrid, e outra já hoje sobre o Dep.Xerez, em regime de passeio.

Mas este registo não é único: o Valência também tem apenas uma derrota em toda a época (Getafe, 3-1, há dois meses). A diferença é que tem tido mais apetência para os empates (8 em 21 jogos), o que não os impede de ter ganho cinco dos últimos sete jogos para o campeonato, quatro deles fora. Esta semana há viagem a Bilbao, onde mora um Athletic em plena recuperação: depois de um mês entre Setembro e Outubro em que perderam seis jogos em oito, agora já lá vão seis jogos sem derrotas (tendo defrontado At.Madrid, Nacional e Barcelona) e vêm de uma expressiva vitória (1-4) em Almería. De realçar que o Athletic venceu nas últimas três recepções ao Valência, num total de 9-3 em golos.

Passemos a Inglaterra, para acompanharmos de perto um dos mais estranhos fenómenos da época. O Man.City surgia aos olhos do mundo, há uns meses, como o novo Chelsea, com uma equipa recheada de estrelas trazidas pelos petro-dólares, e era grande a expectativa para ver quais os resultados práticos. Pois bem, a resposta é simples: regularidade. Os primeiros sete jogos da época trouxeram vitórias (e um acidente de percurso em Old Trafford), dos outros sete vieram empates: é verdade, são já sete jogos seguidos que o City jogou em que ninguém conseguiu ganhar, fosse fora com o Liverpool ou em casa com o Hull. Já o Chelsea conta uma história diferente: oito vitórias e um empate nos últimos nove jogos, 28-2 em golos (apenas sofreu golos no 2-2 com o At.Madrid em fora), cinco pontos de avanço no campeonato.

Do reboliço das grandes ligas para uma espécie de liga esquisita. A SAS Ligaen, da Dinamarca, ultrapassou agora a primeira metade, e só sobram três candidatos ao título: o Esbjerg segue em 3º e é o outsider (já foi campeão cinco vezes, mas a última foi em 1979 e nos últimos dez anos o melhor que conseguiu foi o 3º lugar); com Brondby e Aalborg em crise, sobram Odense e FC Copenhaga, que seguem nos dois primeiros lugares, separados por quatro pontos. O Odense é líder, tem dez vitórias e três empates nos últimos 13 jogos, e não perde em casa há um ano. O FC Copenhaga é a equipa com mais títulos de campeão (sete), é o campeão em título e tem a melhor defesa do campeonato (0,6 por jogo).

Passamos para a última jornada do Brasileirão, com quatro equipas na luta pelo título. Mas é uma luta desigual: depois do Palmeiras ter passado várias jornadas em 1º, e do São Paulo ter passado para a frente e ter chegado às últimas jornadas como grande favorito, as duas derrotas derrotas seguidas do tri-campeão permitiu ao Flamengo isolar-se na liderança, faltando-lhe apenas vencer o Grémio (que já não luta por qualquer objectivo) em casa para ser campeão. A Inter, Palmeiras e São Paulo resta vencer os seus jogos e esperar por deslizes alheios. O pormenor mais curioso desta luta passa pela necessidade que o Internacional tem que o seu grande rival Grémio roube pontos ao Flamengo: chega ao ponto dos adeptos do Grémio pedirem ao treinador para escolher um onze das reservas ou dos júniores de modo a não arriscar que o Inter possa ser campeão. Vamos acompanhar o jogo do Palmeiras: venceram finalmente na jornada anterior (3-1 em casa ao Atlético Mineiro), depois de dois empates e duas derrotas, e o treinador Muricy Ramalho não podia ser mais melodramático - «Estou pedindo a Deus (para ganhar o título). Queria trocar tudo o que tenho para conseguir isso para o Palmeiras porque as pessoas são corretas. E o mal não pode vencer o bem». Já o Botafogo está na ponta oposta da tabela, e tem de vencer para não ser o próximo na lista de históricos a descer à 2ª.

Agora sim, o clássico uruguaio. «No importa cómo lleguen. Ni quienes lo jueguen. Mientras haya camisetas de Nacional de un lado y de Peñarol del otro, será un clásico y con eso, alcanza y sobra. Puede ser fútbol, basquetbol, rugby o ping-pong. La pasión, la rivalidad, el encanto, será el mismo mientras los colores estén frente a frente. No hay un clásico que se le parezca. Ninguno divide a un país en dos. Ningún otro clásico tiene el alcance y la magnitud de este. El Uruguay se parte en dos. Aquí y en el exterior. Porque los uruguayos que están afuera, se prenderán a la radio, a la computadora o a sus celulares para seguir de cerca el duelo. Nacional y Peñarol, Peñarol y Nacional. Dos palabras mágicas que paralizan a tres millones de uruguayos.»

E dali para o Equador, para o grande final da temporada. Aqui o campeão decide-se numa final a duas mãos, no culminar de um "campeonato" que passou por várias fases de grupos e eliminatórias... Na 1ª mão da final, no fim-de-semana passado, Deportivo Cuenca e Deportivo Quito empataram a um golo: voltam a encontrar-se agora na capital, no Estádio Olímpico, onde o actual campeão vem de cinco vitórias e dois empates (a última derrota caseira foi em Agosto). Mas o registo do Dep.Cuenca não é menos impressionante: uma derrota nos últimos 16 jogos, 6 vitórias e 2 empates desde o início de Outubro. Um pouco de história e estatística: o futebol equatoriano tem quatro "grandes", que dividem 45 dos 51 títulos de campeão (Barcelona, El Nacional, Emelec e Liga de Quito); o Dep.Quito procura o seu 4º campeonato e o Dep.Cuenca apenas o 2º (o primeiro foi em 2004). Chegou a hora dos mais novos.

E eis-nos chegados à última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões 2009/10, com vários confrontos directos a decidir o futuro de várias equipas. A Juventus recebe o Bayern: aos italianos basta um empate para continuar em prova, a equipa de Van Gaal precisa de vencer, senão segue para a Liga Europa. A vitória do Besiktas em Manchester na jornada anterior deu-lhes uma pequena hipótese de chegar aos quartos-de-final, mas para isso têm de vencer o CSKA; os russos tanto podem seguir em frente, como acabar em 3º ou até ser eliminados de todo. O Marselha sabe que pelo menos um lugar na Liga Europa está garantido, mas uma vitória até lhes pode dar o 1º lugar neste grupo; uma derrota do Real neste jogo, somada a outra do Milan em Zurique, mandam Ronaldo e companhia para a Liga Europa. Para terminar, a recepção do Estugarda (péssima campanha interna, apenas uma vitória nos últimos 12 jogos em todas as competições) ao Unirea Urziceni (campeão romeno, cinco vitórias e apenas uma derrota nos últimos 9 jogos), com vantagem para os forasteiros, a quem um empate chega para passar, mas a quem uma vitória até pode dar o 1º lugar do grupo.

Prazo limite para esta semana: Sábado (05/Dezembro) às 16h00. Um ponto por acerto com previsão simples, meio ponto com dupla.

1. Juventus - Inter
2. Génova - Parma
3. Dep.Corunha - Barcelona
4. At.Bilbao - Valência
5. Manchester City - Chelsea
6. Odense - FC Copenhaga
7. Botafogo - Palmeiras
8. Nacional - Peñarol
9. Dep.Quito - Dep.Cuenca
10. Juventus - Bayern Munique
11. Besiktas - CSKA Moscovo
12. Marselha - Real Madrid
13. Estugarda - Unirea Urziceni

Boa Sorte!